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  • Foto do escritorBatista de Lima

Batista de Lima


Que este natal seja de ventura, sonhos e leituras. Pode vir até com os severinos cabralinos, mas sem esquecer, no entanto, alguns adjetivos suaves e até metáforas pomposas que falem de um menino que nasceu em Belém. Pode vir com a tosse do Bandeira mas sem esquecer meu carneiro jasmim que nunca se esqueceu de mim lá do rebanho do Barros Pinho. Que venha na garupa palustre e bela da vaca estrela o seu companheiro o boi fubá, patativando aquele alagoano de Lima na sua reinvenção de Orfeu. Que as veredas atravessem os sertões de Rosa, desbravando rios que sejam baldos, mas sem a dor e sem o diabo em mim, Diadorim!


Neste Natal se não quintanares um gaúcho passarinheiro, te acertarei com fios de ovos, clariceando o bacamarte de Maria Moura no Tatu de Fideralina, com muita malassada e pão-de-ló.


Neste Natal vamos aos verdes mares bravios de nossa terra querida, vamos visitar a loura que o sol desposou e agora procura a sombra de um cajueiro pequenino carregadinho de flor para descanso do seu cansaço.


Que este natal não seja só da praça, mas que invada quintais, canteiros, cantares e altares. Que gingobelle do Meireles à Sapiranga, do Alphaville ao Araturi, da Aldeota à Urucutuba. Mas não esqueçam o sinal vermelho nem aquela figura que atravessa a rua vestida de Papai Noel. Afinal ali vai Jesus tristinho de máscara e álcool gel, com um saco pesado às costas, com os presentes de que mais precisamos: saúde, paz, felicidade e fraternidade, pão na mesa e amor no coração. Que as sementes do natal invadam nossos corações e germinem carregadas de paz, amor e felicidade. Feliz natal para todos. Amém.


Dezembro de 2020.


 

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