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Revista da Academia Cearense da Língua Portuguesa

Batista de Lima


A Academia Cearense da Língua Portuguesa, ACLP, foi fundada a 28 de outubro de 1977. A primeira Diretoria teve como Presidente o professor Hélio de Sousa Melo, e como Vice-presidente o professor José Rebouças Macambira. Seu órgão de imprensa é a Revista Vernáculo, cujo 14º número foi editado em 2018. Ao longo desse percurso esse periódico tem publicado: ensaios, artigos, contos, poesias, discursos e anexos. O atual Diretor de Publicação e Marketing é o professor e jornalista Ítalo Gurgel. A apresentação desse número é feita pelo professor Sebastião Teoberto Mourão Landim, Presidente desta 21ª Diretoria da ACLP.

Neste mais recente número, o professor Francisco Felipe Filho escreve sobre "De Latim e Português: riquezas, graças, erros e contradições". É um artigo elucidativo sobre questões do Latim e do Português. Depois vêm textos de Regine Limaverde e Ana Paula Medeiros que antecipam questões de "Gerúndio e Gerundismo", de Myrson Lima, um dos fundadores da Academia. Entretanto o texto talvez de mais praticidade seja "Numerais: grafia e uso", também do professor Myrson. Com essa conotação didática merecem acurada leitura os trabalhos de Marcelo Braga, Valdemir Mourão, José Ferreira de Moura, Vianey Mesquita e Anizeuton Leite.

Ainda nesse número 14, aparecem os contos "A um passo da eternidade" e "A mulher nuvem", da autoria de Ítalo Gurgel e de Clauder Arcanjo, respectivamente. Os poemas editados nesse número trazem a assinatura de Gorete Oliveira, Maria Luísa Bonfim, Ana Paula Medeiros, Giselda Medeiros, Regina Barros Leal e Révia Herculano. O ponto alto desse número é o discurso de posse da acadêmica Maria Margarete Fernandes de Sousa, proferido por ocasião de sua posse na cadeira 13, cujo patrono é o professor Fausto Barreto. Filólogo, jornalista e político esse patrono iniciou seus estudos no Seminário de Fortaleza em que outros acadêmicos também militaram.

A qualidade do discurso da professora Margarete se instaura nas reflexões que suscita. Respaldada por referenciais poéticos de Cecília Meireles, João Cabral de Melo Neto e Afonso Romano de Santana, a oradora discorre sobre felicidade, ancestralidade e Linguagem. Começa pelo retorno à vida na fazenda do avô, mostrando uma infância feliz em contato com a natureza, o que consolidou um crescimento saudável. Depois descreve sua trajetória pelos bancos escolares, que culminou com a graduação e pós-graduações, inclusive o doutoramento que a guindou ao magistério na Universidade Federal do Ceará, em que desenvolve pesquisas linguísticas até hoje.

Muito aprumada sua definição dos inúmeros alunos com que conviveu: "Cada um tem levado um pouco de mim e tem deixado muito de si mesmo". Professora Margarete revela na sua fala que suas pesquisas miram "nossa maneira de ouvir, falar, ler, escrever e entender nossa Língua Portuguesa". Mais adiante ela completa de forma acertada que nós professores "trabalhamos com a linguagem, talvez o mais poderoso instrumento de poder". A posse da professora Margarete Fernandes coincidiu com a solenidade de comemoração dos 40 anos da ACLP.

Ao final desse número 14, de Vernáculo, consta como anexo, a relação de todos os acadêmicos titulares, falecidos e atuais, por ordem do atual ao mais antigo. Estão apresentados os Patronos Eméritos, que são os fundadores já falecidos e a relação dos 21 diretores que têm administrado a Academia nesses 42 anos de sua existência. Ainda é possível encontrar nesse número, a relação dos Membros Correspondentes e dos Membros Honorários. O zelo com que é organizada a Revista Vernáculo demonstra a seriedade com que se organiza a ACLP, hoje reconhecida de utilidade pública, pela Lei estadual nº 10.563 de 28.9.1981 e publicada no Diário Oficial de 05.10.1981.


FONTE: Jornal Diário do Nordeste - 18/06/19.


 

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