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  • Foto do escritorBatista de Lima

Pessoal do Ceará e orla de Fortaleza

Batista de Lima


Esse é o resumo do longo título da monografia de término de curso de Divaldo Luã Oliveira Diógenes, no Curso de Jornalismo, da Universidade de Fortaleza. O que poderia ser mais um texto apenas com o intuito de adquirir nota final para a conclusão do Curso, esse possui uma configuração diferente. O Luã, como é carinhosamente chamado pelos que lhe cercam, esmerou-se na sua pesquisa, extrapolando a expectativa dos que o avaliaram. Isso ocorreu tanto no texto escrito como na sua apresentação para a equipe de três professores sob o comando da orientadora professora Kalu Chaves.

A pesquisa delimitou-se em torno de uma devassa sobre o impacto que as músicas “Mucuripe”, “Terral”, “Longarinas” e “Beira Mar”, causaram em todo o Brasil na época do lançamento em disco. Essas quatro músicas eternizaram nossas praias e catapultaram seus autores e intérpretes para o cenário nacional. Foi então que em torno do sucesso repentino surgiu o epíteto “Pessoal do Ceará”. Eram: Antônio Carlos BELQUIOR, Raimundo FAGNER, FAUSTO NILO, EDNARDO, RODGER ROGÉRIO, TETI e PETRÚCIO MAIA. Outros tiveram importância nessa constelação, como Ricardo Bezerra, Cirino, Augusto Pontes, Manassés e Jorge Melo.

Tudo desenvolveu-se inicialmente no Bar do Anísio. Segundo o pesquisador Luã, Anísio era um antigo pescador que se tornar ascensorista no edifício Diogo. Certo dia convidou alguns amigos para uma cervejinha em sua casa e tudo teve início. Ambiente simples à Beira Mar, com privilegiada visão panorâmica da orla, era tudo de que aqueles moços universitários precisavam para dar impulso aos seus talentos. Também não se pode esquecer o momento de exceção política por que passava o Brasil, com prisões e torturas.

Luã Diógenes entrevistou muitos desses componentes do grupo e garimpou informações detalhadas nas matérias publicadas nos jornais locais. Sua papiragem incansável alongou-se por 97 páginas escritas com muitos detalhes ainda desconhecidos do grande público. Daí a necessidade da publicação em livro, desse material, acrescentando as quatro letras das músicas como anexo e alguma referência ao movimento Massafeira que foi a cristalização do sucesso desse pessoal junto ao público cearense.

O pesquisador foi categórico ao concluir que o ambiente universitário da UFC foi o ninho de onde evoluiu o pensamento e a praticidade sobre os eflúvios que a visão do mar de Iracema inspirou. Foi assim que se realizou o Primeiro Festival de Música Popular Cearense. Também não se pode negar que a TV Ceará com seus programas de auditório fez com que o movimento Pessoal do Ceará chegasse ao grande público local. Com o tempo, o próprio ambiente universitário acolheu monografias, dissertações e teses sobre o tema.

Agora, quase cinco décadas depois, o Pessoal do Ceará continua produtivo e encantando os jovens que nem eram nascidos na época, como é o caso do estudante Luã. Isso comprova a qualidade daqueles estudantes inquietos do final da década de 1960 para o início da década de 1970. O Pessoal do Ceará continua encantando. Prova disso é o empenho de Luã Diógenes que precisa viabilizar a publicação em livro dessa sua criteriosa pesquisa.

 

28/01/2020.

 


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