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Memorial Eudório Fernandes

Batista de Lima


Emmanuel Montenegro escreveu as memórias do Coronel PM Eudório Fernandes. Depois publicou pela EdUECE em 2019. O título do livro, de 196 páginas, é “Profissional da esperança: Eudório Fernandes”. Esse título é coerente com a história de vida de Eudório. Por toda sua trajetória de militar e professor, pautou suas ações, por onde passou, focadas na humanização dos comportamentos dos circunstantes. Por isso a leitura do livro desperta curiosidade no leitor, por ver um militar que se preocupou sempre pelas fraternas relações humanas.

O livro poderia ser apenas de interesse de seus familiares e amigos se não apresentasse algo de universal como as memórias da infância e da adolescência que apresentam o panorama da cidade de Fortaleza. Fortaleza dos anos pós-guerra, com seu impulso para o desenvolvimento, surge para interesse de qualquer leitor em qualquer época. Quando Eudório nasceu, realizava-se o “Carnaval da Vitória”, em comemoração pelo final da Segunda Guerra Mundial. No ano de seu nascimento, 1945, o Ferroviário foi Campeão Cearense pela primeira vez, até hoje tem seu torcedor fiel.

A trajetória de vida do biografado desenvolve-se pari-passu com o desenvolvimento da capital cearense. Habitante do Otávio Bonfim, o garoto Eudório assistia aos filmes do cine Familiar e aos do Nazaré que ficavam próximos, e localizados naquele bairro. Assistir ao desfile carnavalesco, corso, na Av. Duque de Caxias, era um dos costumes dos fortalezenses. Logo em seguida, com a deposição de Getúlio Vargas, o Presidente da República passou a ser o cearense José Linhares. A esse tempo, seu pai, migrado de Mombaça, já estava integrado com a família, à vida de Fortaleza.

A família Fernandes residiu no Henrique Jorge, no Antônio Bezerra, além de Otávio Bonfim. Nesse périplo pelos subúrbios do oeste da cidade, o futuro militar e professor criou seu ciclo de amizades e adotou o futebol como seu esporte preferido. E por falar em futebol, Eudório Fernandes,, era um dos atletas do time da Fafice (Faculdade de Filosofia do Ceará), depois UECE, faculdade em que fazíamos Letras. Excelente ponta esquerda, lembro-me dos treinos nos campos do Calouros do Ar, do 23 BC e do Tiradentes, em preparação para os jogos universitários. Terminamos, mais tarde como professores da UECE.

O Professor Eudório, além da docência, na UECE, chegou a Diretor do Campus e a Pró-Reitor. Sua prática em lidar com pessoas vem desde os tempos em que fora delegado de várias cidades do interior do Ceará, principalmente em municípios do vale jaguaribano. Ali deixou amigos e um exemplo de cordialidade no trato de seus circunstantes. Foi exatamente em Jaguaribe que sua vida teve um impulso afetivo gigantesco ao se casar com Marta Rabelo que fora sua aluna naquela cidade. Já falecida, depois de lhe dar filhos exemplares, foi o grande amor de Eudório que ainda hoje sofre de saudade.

Depois que aposentou-se da Polícia Militar e como professor da UECE, Eudório Fernandes tornou-se ainda mais atuante como Profissional da Esperança. Residindo no bairrro Salinas, entre o Iguatemi e a Universidade de Fortaleza, o advogado Doutor Eudório começou por desenvolver sua prática forense, defendendo e auxiliando os mais necessitados de justiça. A região do bairro Edson Queiroz se beneficiou com sua atuação, com a criação do seu Projeto Pelotão dos Dragões, e suas aulas de campo, dando o melhor rumo possível aos jovens da região. Foi assim que ele se tornou mais atuante Profissional da Esperança.

 

04/02/2020.

 


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