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A XIIIª Bienal do Livro

Batista de Lima


Após o término dessa mais recente Bienal do Livro no Ceará, restou muita saudade daquele caldeirão literário e pouca avaliação do evento. Isso é um bom sinal. Se não tivesse obtido o sucesso alcançado talvez estivesse muito mais presente nas mídias. É bom saber que de todas as edições já realizadas, essa foi a mais organizada e mais frequentada. Apesar de ter tido um maior volume de vendas pelas editoras, o destaque maior ficou por conta das discussões através de palestras e debates. Discutiram-se vários assuntos sem perder de vista a temática voltada para os problemas das cidades, das metrópoles e até das aldeias.

Foi bom saber que mais de novecentas escolas se fizeram presentes com seus alunos ávidos de curiosidade, como se estivessem em um parque de diversões. Eram tantas as opções que muitos deles voltaram com os pais. Esse contato da garotada com o livro se torna enriquecedora diante dos apelos a que se submetem no contato com as modernas mídias. Acontece que se observa que o livro ainda permanece com seu encanto e essa meninada não vai deixar de usá-lo. Não foi, entretanto, apenas o livro que se destacou. Os debates travados em torno do pensamento moderno chamaram a atenção.

Também chamou a atenção a desenvoltura da curadoria. Ana Miranda, Carlos Vazconcelos e Inês Cardoso pontificaram como se já tivessem desempenhado essa função em muitas outras ocasiões. Podemos avaliar como exemplar o trabalho dos três e o corpo de auxiliares. Magnífica participação de Ana Miranda nas mais festejadas manifestações e até nos mais simples debates, sem arredar pé das intermináveis discussões. O secretário Piúba soube escolher essa curadoria, um trio atuante e paciente diante das dificuldades surgidas. Não é fácil se sair tão bem até diante de algumas limitações financeiras.

O local, Centro de Eventos, é o ideal para a realização da próxima Bienal. Precisa, no entanto, que sejam evitadas intermináveis filas na hora de pagar o estacionamento. Depois, os eventos realizados em outros locais da cidade e do interior do estado precisam ser reestruturados diante da viabilidade ou não. Diante dessa dificuldade, já podemos ir pensando em utilizar todo o Centro de Eventos, ficando uma ala para eventos menos barulhentos e a outra para aqueles mais festivos em que o som pode ser utilizado sem atrapalhar os debates. São sugestões de alguns frequentadores mais exigentes.

Com relação a algumas estrelas literárias que não compareceram, talvez por conta das limitações financeiras, é bom que nas próximas edições esse problema seja equacionado em benefício de mais sucesso midiático do evento. Cada escritor famoso, que participa, aumenta a frequência das pessoas. Quanto mais pessoas presentes mais faturamento pecuniário e principalmente mais aquisição de saberes. Também coloca nossa capital no mapa mundi das grandes feiras literárias, agora, principalmente, que Fortaleza está ligada por via aérea com grandes metrópoles internacionais.

Por fim, algumas constatações precisam ainda ser enumeradas. As pessoas estão frequentando cada vez mais nossa Bienal. A cada edição tem aumentado o número de frequentadores. O evento tem se tornado um fórum de valorosa manifestação cultural. Do cordel à mais erudita literatura, todas as manifestações em torno da leitura são educativas, formando leitores numa terra de fraca manifestação lectural. A leitura se torna a grande propulsora da nossa educação formal. É por isso que a Bienal do Livro do Ceará se consolidou como nosso maior evento cultural.


FONTE: Jornal Diário do Nordeste - 03/09/19.


 

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